Em plenário da redacção, os jornalistas da Lusa deliberaram, por unanimidade, pronunciar-se, mediante voto secreto, sobre a convocação de uma greve de quatro dias, abrangendo as datas de 14 a 17 de Dezembro, a fim de responderem à intransigência da administração da empresa quanto às suas legítimas reivindicações no processo negocial em curso.
1. Os jornalistas da Agência Lusa pronunciam-se amanhã, dia 5, por voto secreto, sobre o cumprimento de uma greve nos próximos dias 14,15, 16 e 17.
2. A opção por esta forma de luta foi tomada por unanimidade em plenário de Redacção, como meio de responder à injustificável intransigência do Conselho de Administração.
3. O Conselho de Administração não só não aceitou negociar qualquer aumento salarial para este ano, além do que a própria Empresa aplicou por mero acto de gestão, mas também recusa proceder, em 2000, à correcção do poder de compra que ela própria reconhece ter sido perdido com a inflação entretanto verificada. Mais, a empresa pretende diferir para 2001 a correcção de 2000, condicionando a actualização salarial do próximo ano, o que é inaceitável.
4. No entanto, a Administração não se dispensou do aumento de 15%, com efeitos retroactivos a 1 de Janeiro, para os seus gestores. Tal aumento resultou de uma harmonização das remunerações dos membros dos órgãos sociais das empresas da holding estatal Portugal Global, constituída há alguns meses.
5. O Sindicato dos Jornalistas (SJ) e os jornalistas da Lusa não contestam a harmonização de políticas de recursos humanos no contexto dos órgãos de informação detidos pelo Estado, mas entendem que tal procedimento não pode nem deve excluir os trabalhadores da Lusa.
6. O Sindicato dos Jornalistas saúda a determinação da estrutura sindical da Lusa, bem como a firmeza dos seus jornalistas, exortando-os a uma participação activa no processo de consulta de amanhã.
7. O SJ manifesta, ainda, a sua inteira disponibilidade no sentido de contribuir para ultrapassar o impasse em que a Administração lançou o processo negocial, tentando uma fuga para a frente numa altura em que se propõe promover um aumento de capital social e iludindo, por consequência, a própria realidade económica da Empresa.
Lisboa, 4 de Dezembro de 2000
A Direcção do
Sindicato dos Jornalistas