Greve de três horas no “Jornal de Notícias”

Os jornalistas do “Jornal de Notícias” cumprem a 18 de Maio uma paralisação de três horas, com concentração junto às instalações do matutino no Porto, Lisboa e delegações regionais.

O Sindicato dos Jornalistas (SJ), em comunicado divulgado hoje, 16 de Maio, dá conta que o pré-aviso de greve, com vigência entre as 15 e as 18 horas, é uma “resposta dos jornalistas do JN à intransigência da Empresa Global Notícias, Publicações”, cuja administração persiste nas posições que deram origem ao diferendo com os jornalistas.

De acordo com o SJ, em causa está a imposição de um aumento salarial claramente insuficiente (2,3%), o não pagamento de “Prémios Objectivos”, a proibição de realizar plenários na Redacção, e a não aplicação, às publicações diárias da empresa, da Convenção Colectiva de Trabalho celebrada entre o SJ e a associação patronal na qual a Global Notícias se encontra filiada.

Saudando a luta dos jornalistas, o SJ reafirma a sua abertura ao diálogo e exorta a empresa a voltar às negociações.

É o seguinte o texto, na íntegra, do comunicado do SJ:

SJ saúda luta dos jornalistas do JN

1. Os jornalistas do “Jornal de Notícias” cumprem, no próximo dia 18, uma paralisação entre as 15 e as 18 horas, durante a qual vão concentrar-se junto da sede do jornal, no Porto, e do edifício do “Diário de Notícias”, onde funciona a sua Redacção em Lisboa. O pré-aviso apresentado pelo Sindicato dos Jornalistas abrange igualmente as várias filiais do Jornal.

2. Aquelas formas de luta decididas em plenário no passado dia 13 de Abril, são uma resposta dos jornalistas do JN à intransigência da Empresa Global Notícias, Publicações, cuja Administração persiste nas posições que marcam o diferendo com os jornalistas e a sua organização representativa:

a) a imposição de um aumento salarial claramente insuficiente (2,3%), recusando qualquer negociação para rever esse valor;

b) o não pagamento do “Prémio Objectivos” (uma remuneração instituída no JN há mais de uma dúzia de anos), sem que tenham sido dadas explicações cabais para o facto;

c) a proibição da realização de reuniões (plenários) na Redacção, contrariando a tradição – neste e na generalidade dos órgãos de informação – e impondo a sua interpretação singular sobre as garantias legais ao direito de reunião dos trabalhadores;

d) a não aplicação, às publicações diárias da Empresa, da Convenção Colectiva de Trabalho celebrada entre o SJ e a associação patronal na qual a Global Notícias se encontra filiada, contrariando frontalmente as normas legais sobre esta matéria.

3. A Direcção do SJ saúda a luta encetada pelos jornalistas do JN na defesa dos seus direitos e legítimos interesses, a qual ratifica e fortalece a acção que o Sindicato e os seus delegados têm vindo a desenvolver junto da Empresa.

4. A Direcção do SJ reafirma a sua permanente vontade de diálogo e exorta a Administração a alterar as suas posições e a encetar o caminho da negociação que permita repor a tranquilidade interna e a negociação, certa de que é possível evitar o agravamento de um diferendo que poderia e deveria ter sido prevenido pela própria Empresa.

Lisboa, 16 de Maio de 2006

A Direcção

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