Greve às assinaturas no “El País”

Como forma de protesto contra uma “insultuosa proposta de convénio colectivo” apresentada pela empresa, os jornalistas do diário espanhol “El País” estão a levar a cabo uma greve de assinaturas, fazendo sair o jornal sem que as notícias identifiquem o respectivo autor.

A Federação de Sindicatos de Jornalistas espanhola (FeSP) mostrou-se solidária com a decisão “legal e soberana” adoptada em plenário pelos trabalhadores e também surpreendida com a reacção crítica dos quatro directores que o título teve ao longo de 35 anos – Juan Luis Cebrián, Joaquín Estefanía, Jesús Ceberio e Javier Moreno, o actual director do “El País”.

“Parece-nos, no mínimo, imoral”, afirma a FeSP em comunicado, acusando os directores de carecerem “das mais elementares normas deontológicas”, pois dizem que não se devem publicar informações sem assinar “quando o El País publicou muitas informações sem assinatura alguma nos casos em que isso foi conveniente para os seus interesses empresariais”.

Também o Comité de Empresa das Ediciones El País respondeu às críticas dos quatro directores, garantindo que a falta de assinaturas não tem implicado menor cuidado na elaboração dos artigos e frisando que o seu protesto é legítimo pois “um jornalista mal pago é um profissional menos independente e menos livre” e “uma sociedade sem jornalistas dignos de tal nome acabará por ser uma democracia meramente formal”.

A medida de protesto aplica-se a todas as plataformas do jornal e teve uma semana de duração, devendo terminar hoje.

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