Governo iraquiano encerra escritórios da Al-Jazeera

O governo provisório do Iraque emitiu a 7 de Agosto uma ordem de encerramento por um mês dos escritórios da cadeia de televisão Al-Jazeera em Bagdade, a pretexto de “proteger os iraquianos e os interesses do país”.

Segundo o primeiro-ministro Iyad Allawi, a decisão foi tomada com base num relatório da comissão de média iraquiana, que não foi tornado público, e no qual se acusa a estação do Qatar de incitamento à violência e ao ódio.

Acusando as reportagens da Al-Jazeera sobre raptos no Iraque de encorajarem quem as pratica, Iyad Allawi criticou ainda a transmissão por parte da estação de uma cassete que mostra a falsa decapitação de um norte-americano no Iraque.

A televisão por satélite do Qatar já pediu desculpas pela transmissão da falsa decapitação, encenada em San Francisco por Benjamin Vanderford, de 22 anos, com o objectivo de chamar a atenção para a facilidade com que se podem fabricar este tipo de filmagens.

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) consideram a suspensão da Al-Jazeera como um “sério golpe na liberdade de imprensa” e revelam preocupação com a regularidade dos episódios de censura no Iraque.

A Al-Jazeera tem sido uma das principais visadas por essa censura, tendo sido encerrada a 24 de Novembro de 2003, até prometer por escrito que não encorajaria o terrorismo, e em Fevereiro de 2004, mês em que foi impedida de cobrir as actividades do governo de transição.

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