O governo do Uganda ameaçou, a 23 de Novembro, encerrar todas as rádios que abordassem o início do julgamento de Kizza Besigye num tribunal militar secreto, onde este líder da oposição enfrenta acusações de traição e terrorismo que lhe podem valer a pena de morte.

“Uma estação de rádio que participe na transmissão de pontos de vista ou mensagens que tenham o potencial de conduzir à desordem no país serão vistas como cúmplices dos planos para fomentar a desordem”, afirmou o ministro da Informação Nsaba Buturo, citando a legislação que proíbe comentários sobre julgamentos em curso de modo a garantir o “direito a uma audiência justa”.

Segundo a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), horas depois deste anúncio, homens armados cercaram os estúdios da Radio Simba e prenderam o activista da oposição Muwanba Kivumbi, que fora convidado para uma entrevista na emissora.

A organização considera que “é absurdo proibir a discussão de um assunto que está a ser falado por todo o país”, pelo que insta o governo de Yoweri Museveni a confiar no profissionalismo das rádios ugandesas, pois estas têm “uma reputação de independência” e “respeito pelas regras do equilíbrio jornalístico”.