Governo do Uganda ameaça encerrar jornal

O governo do Uganda ameaçou encerrar o “The Monitor”, principal diário privado do país, depois deste ter publicado um artigo dizendo que a primeira escolha do presidente Yoweri Museveni para chefe do exército tinha sido o seu irmão mais novo, Salim Saleh, mas que este tinha recusado a proposta.

Para as autoridades, o artigo é “falso e tenta prejudicar o presidente”, razão pela qual o ministro da Informação, James Nsaba Buturo, exigiu a 13 de Novembro que o jornal publicasse um retractamento e um pedido de desculpas, caso contrário seriam tomadas “outras medidas”.

O “The Monitor” publicou as declarações governamentais na íntegra no dia seguinte, mas segundo Conrad Nkutu, director-executivo do jornal, o governo não pareceu ficar satisfeito e pressionou, através de canais informais, para que o autor da peça, Andrew Mwenda, fosse despedido, deixando no ar a ameaça de encerramento do jornal.

Recorde-se que Andrew Mwenda esteve detido durante uns dias em Agosto e foi ouvido pelo tribunal a 1 de Novembro, tendo-se declarado inocente de 13 acusações de sedição e de promoção do sectarismo num programa de rádio onde abordou o acidente de helicóptero que vitimou o vice-presidente sudanês John Garang.

O juiz adiou o caso até que o Tribunal Constitucional delibere acerca de uma petição interposta por Andrew Mwenda, que contesta a lei de sedição do Uganda alegando que esta viola as provisões constitucionais de liberdade de expressão e liberdade de imprensa.

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