GMG quer reduzir ainda mais a redação do DN

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) fica perplexo com a sistemática prática da administração do Global Media Group (GMG) em diminuir os quadros nas empresas que detém.

Depois de em julho de 2022 ter sido aberto um período para negociação de rescisões amigáveis e voluntárias na TSF, Jornal de Notícias(JN), Diário de Notícias(DN)  e O Jogo, a redação do DN foi de novo confrontada, este mês com o anúncio de que três jornalistas, um dos quais grande repórter e um gráfico foram convidados a rescindir os seus contratos sob o argumento de reduzir os custos fixos. Estes profissionais não tinham manifestado interesse em aderir ao programa de rescisões voluntárias apresentado no ano passado.

Uma situação que contradiz a promessa que foi feita sobre um reforço de recursos humanos para aquela redação. Além disso, não haverá substituição de profissionais com o mesmo grau de experiência.

Por outro lado, e a par destas decisões, as redações do GMG foram informadas hoje, 19 de Janeiro, da contratação de um novo responsável para a área de Inovação Digital não se colocando aqui, aparentemente, a necessidade de reduzir custos.

O SJ denúncia uma vez mais, apesar de nas entrevistas o presidente do conselho de administração do GMG, Marco Galinha, garantir que a meta do grupo é o jornalismo de excelência, o contínuo esvaziamento das redações ano após ano sob diferentes pretextos, mas todos eles com um denominador comum, a CRISE.

A CRISE que se arrasta há anos e anos, motivada por uma panóplia de circunstâncias que se renovam no tempo, ora porque há quebra de vendas, ora porque o grupo deu prejuízo, ora por causa da covid e, agora, por causa da guerra. Para a atual administração, tal como para as anteriores, a solução para resolver os problemas financeiros é cortar nos custos fixos, ou seja, esvaziar redações.

Perante o comportamento desta administração, o SJ está à disposição dos jornalistas do DN, assim como de todos os outros que trabalham noutros órgãos do grupo, para os apoiar nas lutas que vierem e quiserem aprovar. É perante a repetição destas situações que os jornalistas, enquanto classe, têm de unir-se e mostrar a quem decide que o corte nas redações não lhes resolve problemas financeiros como já ficou demonstrado ao longo dos anos. Insistir neste caminho é um erro.

O SJ condena a falta de coerência entre o que diz e faz a administração do GMG. A prática reiterada de redução de trabalhadores vai acabar por conduzir ao fecho de títulos que são uma referência no panorama nacional. Um destino que pode acontecer a outros grupos de comunicação social caso não mudem as suas práticas de gestão.

Apesar de a administração do GMG nunca ter aceitado um pedido de reunião do SJ, a direção deste sindicato voltará a insistir com mais um pedido para falar sobre a situação do DN e sobre a estratégia que está a ser seguida para o JN, TSF e O Jogo.

O SJ acrescenta ainda que os trabalhadores do grupo GMG não são aumentados em termos gerais há mais de 16 anos. No final do ano passado, numa reunião entre o SJ, o diretor dos recursos humanos do grupo, em representação da administração, e sob mediação do Ministério do Trabalho, foi recusado qualquer aumento ou benefício para  ajudar os trabalhadores a suportar o aumento brutal do custo de vida.

O SJ está solidário com o gráfico do DN e com os jornalistas em causa colocando o apoio do gabinete  jurídico à disposição dos seus associados.

Notícia atualizada às 20h14.

 

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