GMG garante ao Sindicato dos Jornalistas vontade de investir no grupo

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) reuniu-se, esta sexta-feira, com a representante do presidente do conselho de administração do Global Media Group (GMG), Helena Ferro Gouveia, lamentando, como frisou no encontro, a falta de disponibilidade de Marco Galinha em dar explicações de viva voz.

O encontro, realizado a pedido do SJ, teve como objetivo conhecer a situação financeira do grupo, a estratégia do acionista principal Marco Galinha para o futuro do GMG assim como indagar sobre o atraso nos pagamentos dos colaboradores e de quem recebeu indeminizações.

Mandatada pelo administrador, Helena Ferro Gouveia revelou que os maus resultados do grupo, entre janeiro e março, num contexto de pandemia que prejudicou essencialmente os jornais, estiveram na base da decisão de recorrer ao Apoio Extraordinário à Retoma Progressiva, do qual o GMG desistiu entretanto, como foi comunicado pelos diretores dos vários órgãos de comunicação às respetivas redações, na quinta-feira.

A diretora de comunicação do grupo Bel não adiantou motivos para esta alteração, mas garantiu que não está qualquer despedimento coletivo em cima da mesa, a não ser que haja alguma alteração dramática. Adiantou que a haver mais saídas, decorrerão do processo de reestruturação iniciado em 2020, que levou ao despedimento de 81 pessoas, 17 jornalistas.

Afirmou que, ao contrário do primeiro trimestre, abril foi um mês que já apresentou melhores resultados, tanto ao nível de circulação de jornais como de receitas publicitárias.

A representante de Marco Galinha revelou ainda que a estratégia do acionista principal do GMG é de investir no grupo, mantendo a intenção de rever os salários, os mais altos e os mais baixos, dando prioridade à melhoria das condições das pessoas mais mal pagas.

Anunciou, ainda, a intenção do grupo em contratar jornalistas, reforçando os quadros dos órgãos da empresa e que há um protocolo de estágio com a Universidade Nova.

Helena Ferro Gouveia garantiu ainda que a intenção de Marco Galinha, que é também presidente do Conselho de Administração, é fazer do GMG um grupo sustentável, admitindo até algumas perdas, desde que não sejam de milhões, como sucedeu durante os últimos anos. Aquela responsável acrescentou que foi definido um prazo, que considerou razoável, para o grupo alcançar resultados. Sem pormenorizar, disse apenas que não será de três meses.

Sobre os atrasos no pagamento das indeminizações a quem foi abrangido no despedimento coletivo do ano passado, foi comunicado ao SJ que a situação decorreu das alterações feitas ao pacto social que geraram algumas falhas, entretanto resolvias.

Uma das questões que levou o SJ a solicitar esta reunião foi o atraso no pagamento aos jornalistas, a recibo verde, em regime de avença e à peça.

A diretora de comunicação do Grupo Bell sublinhou que fará chegar ao CEO Marco Galinha esta informação. Afirma ainda que não está em cima da mesa a dispensa de jornalistas, mas, pelo contrário, a possibilidade de o grupo vir a integrar alguns dos precários nos quadros das empresas para quem trabalham.

O SJ reiterou a urgência e a importância de ser restabelecido o pagamento a esses profissionais no final de cada mês, em sintonia com o que acontece com os trabalhadores do quadro. Os colaboradores são fundamentais para assegurar a informação de qualidade que distingue estes órgãos e devem ser tratados com respeito e justiça.

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