Freelancer condenado a 10 anos de prisão no Egipto

Jornalista de investigação, Ismaili Alexandrani foi condenado por alegada divulgação de segredos militares e adesão à Irmandade Muçulmana. Federação Internacional de Jornalistas manifesta preocupação.

Ismaili Alexandrani, freelancer e jornalista de investigação no Egipto, foi condenado por um tribunal militar a 10 anos de cadeia por alegada divulgação de segredos militares, adesão à Irmandade Muçulmana (banida no país desde 2013) e ameaça à segurança interna.

Perante esta sentença, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) “manifesta preocupação com a perseguição feita a jornalistas, impedindo-os de exercer a profissão e o seu direito à liberdade de expressão”. A FIJ apelou ainda à libertação de Ismaili Alexandrani e de todos os jornalistas presos no Egipto.

Khadija Gaafar, mulher do jornalista, revelou que Alexandrani foi preso em novembro de 2015, no aeroporto Hurghada, depois de participar numa conferência em Berlim sobre a situação no seu país.

Segundo Tarek Abdel Aal, seu advogado, após passar mais de dois anos em prisão preventiva, o jornalista foi detido por ordem do Tribunal Criminal que agora o condenou a 10 anos de prisão.

A FIJ recorda que o jornalista, especializado em grupos islâmicos e na península do Sinais, trabalhou para organizações como Le Monde Diplomatique, Jadaliyya, Safir Arabi ou Orient XXI.

“O Egipto tem a obrigação de respeitar o direito dos jornalistas a trabalharem sem restrições”, lembrou Anthony Bellanger, secretário-geral da FIJ.

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