FIJ saúda medidas para capturar assassinos de José Couso

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) saudou a 19 de Janeiro a decisão do juiz espanhol Santiago Pedraz de emitir mandados de detenção de três soldados dos EUA acusados de matar o operador de câmara espanhol José Couso, a 8 de Abril de 2003, no Hotel Palestina em Bagdade, no Iraque.

Além do mandado de detenção, o magistrado solicitou aos procuradores que determinassem se os bens dos soldados nos Estados Unidos poderiam ficar congelados para salvaguardar uma eventual indemnização futura aos familiares de José Couso.

Recorde-se que no fatídico dia 8 de Abril de 2003 foi ainda morto no Hotel Palestina o operador de câmara ucraniano Taras Protsyuk, enquanto o jornalista da Al Jazeera Tareq Ayyoub foi assassinado num ataque separado de forças norte-americanas às instalações em Bagdade da televisão por satélite do Qatar.

Relembrando a recente aprovação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU relativa à morte de jornalistas em cenário de guerra, a FIJ espera que o governo iraquiano investigue os casos e puna os responsáveis, e pede aos Estados Unidos que colaborem na tentativa de fazer justiça nesta e noutras situações em que militares possam ser directamente responsabilizados pela morte de profissionais da comunicação.

Segundo a FIJ, já foram mortos pelo menos 178 jornalistas e profissionais dos média no Iraque desde a invasão em Março de 2003, registando-se nas últimas semanas uma “tendência alarmante” para o aumento deste fénomeno, o que “ameaça destruir completamente o jornalismo no Iraque”.

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