FIJ saúda inquéritos às escutas ilegais no “The News of the World”

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou que serão abertos inquéritos à regulação da imprensa e às escutas ilegais realizadas pelo tablóide “The News of the World”, propriedade do magnata Rupert Murdoch, medidas já saudadas pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), que as considera úteis para “expor a rede de práticas ilegais que envolvem corrupção e violações de privacidade”.

“A maré crescente de contestação pública perante estas revelações é compreensível e a confiança no jornalismo não poderá sobreviver se a corrupção e a violação de privacidade não forem travadas de vez”, afirmou o presidente da FIJ, Jim Boumelha.

A FIJ considerou que a extensão do escândalo é uma acusação terrível aos executivos de topo do jornal, que terão sido os instigadores de uma cultura “baseada na ganância, em total desrespeito pela ética profissional”, enquanto o Sindicato Nacional de Jornalistas britânico (NUJ) condenou a decisão de encerramento do título e o despedimento dos mais de 200 profissionais, apelidando-a de “oportunismo cínico”.

Entretanto, a Comissão de Queixas de Imprensa (PCC), entidade reguladora dos media no Reino Unido, tem sido fortemente criticada pela sua fraca actuação, uma situação que já fora denunciada há um ano no relatório “Case for Reform is Unanswerable”, da FIJ, que revelava a falta de poder, capacidade e mandato desta entidade para levar a cabo investigações adequadas, bem como a sua pouca independência face à indústria dos media.

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