FIJ rejeita ingerências nos códigos de conduta dos jornalistas

Para ganhar os média para a batalha contra o racismo e a intolerância, os legisladores devem opor-se a todo o tipo de intromissão política nas redacções e deixar de tentar impor códigos de conduta aos jornalistas, defende a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ).

Numa reunião de peritos organizada esta semana em Estrasburgo pelo Conselho da Europa, o secretário-geral da FIJ, Aidan White, afirmou que organizações como o Conselho da Europa e outras entidades políticas deviam dar apoio total a uma nova campanha do sector dos média para fortalecer o jornalismo ético e de qualidade.

“Temos de parar de brincar às políticas de segurança e começar a mobilizar as forças da democracia, incluindo os média, numa campanha baseada não no medo e na ignorância, mas no diálogo e na troca democrática, como forma de confrontar o extremismo”, afirmou White, para quem o julgamento editorial livre é melhor do que a imposição de novos códigos de conduta e leis supracionais.

Sublinhando que, em parte, “a recente obsessão com a segurança aumentou a tensão e as suspeitas entre comunidades”, o secretário-geral da FIJ recordou também casos de monitorização secreta e espionagem de jornalistas na Alemanha, na Holanda e em Itália, bem como o julgamento que se iniciou esta semana de três jornalistas na Dinamarca, os quais se arriscam a ser presos “por terem dito a verdade sobre a guerra no Iraque”.

White anunciou ainda que a FIJ pretende lançar nos próximos meses a “Iniciativa por um Jornalismo Ético”, um grupo que acolherá várias organizações e que coordenará acções para ajudar à compreensão entre culturas, fará campanha por um jornalismo mais informado e de qualidade e criará estruturas para um diálogo interno no sector e também entre os média e as comunidades a que se destinam.

Partilhe