FIJ publica relatório sobre ofensiva contra os média em Gaza

Israel atingiu de forma “premeditada e precisa” alvos jornalísticos durante a sua ofensiva de 22 dias contra Gaza, denuncia a Federação Internacional de Jornalistas no relatório “Justice in the News: A response to Targeting of Media in Gaza”, documento que também não poupa o Hamas pelos seus actos de intimidação dos média durante e após o conflito.

Lembrando que houve violações claras da Convenção de Genebra e um óbvio desrespeito pela Resolução 1738 do Conselho de Segurança das Nações Unidas (que apela à protecção dos jornalistas em zonas de conflito), o secretário-geral da FIJ, Aidan White, alertou que se este caso ficar impune “os jornalistas e os média ficarão expostos à ameaça de ataque em qualquer conflito e a qualquer momento futuro”.

O relatório foi produzido na sequência da visita a Gaza de uma missão de jornalistas de oito países após o cessar-fogo unilateral declarado por Israel, e nele se condena ainda a interferência que o Hamas tentou ter na missão, bem como as acções do movimento para controlar os média, ameaçar jornalistas e confiscar a ajuda humanitária destinada aos profissionais da comunicação social e suas famílias.

Não poupando qualquer dos lados, a FIJ criticou o bloqueio de Israel à entrada de jornalistas estrangeiros em Gaza, apesar de uma decisão nesse sentido do Supremo Tribunal israelita, e fez uma série de recomendações urgentes para acções práticas de assistência humanitária e profissional aos jornalistas palestinianos.

Entre essas acções inclui-se a formação em segurança, ajuda humanitária às famílias dos jornalistas afectadas pela violência, novos esforços de construção de solidariedade entre jornalistas de Gaza e da Cisjordânia e um programa de formação para combater a manipulação dos média por facções políticas.

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