FIJ organiza jornada contra a impunidade até dia 23

Campanha começa hoje, dia que a ONU consagra a combater a impunidade por crimes contra jornalistas, assinalando no último dia da jornada o oitavo aniversário do massacre de Maguindanao (Filipinas), no qual 58 pessoas morreram, 32 das quais eram profissionais de comunicação.

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) dá início hoje, dia que as Nações Unidas dedicam ao combate à impunidade por crimes contra jornalistas, uma campanha para acabar com a impunidade e que irá prolongar-se até dia 23, data em que se assinala o oitavo aniversário sobre o massacre de Maguindanao (58 pessoas morreram, das quais 32 eram jornalistas, numa emboscada registada nas Filipinas).

A ideia da FIJ é “exigir o reforço do quadro legal internacional e os mecanismos nacionais de proteção para assegurar maior segurança aos media”, concentrando-se esforços em sete países: México, Paquistão, Afeganistão, Iraque, Iémen, Somália e Ucrânia.

Os responsáveis da FIJ consideram que “em muitos países do mundo não foram ainda adotadas medidas concretas para investigação incidentes violentos contra jornalistas”.

“Os níveis de violência contra o jornalismo à escala mundial são uma forma de diminuir as boas intenções associadas a iniciativas como o Dia que a ONU dedica ao combate à impunidade”, defendeu Philippe Leruth, presidente da FIJ. “Enquanto não forem tomadas medidas que apurem responsabilidades em casos destes, os jornalistas vão continuar a ser alvo de autênticas caçadas.” Sublinhando as palavras de Leruth estão os números de profissionais de comunicação que perderam a vida no cumprimento do seu dever de informar: desde o começo do ano, já morreram 56 jornalistas e apenas uma em cada 10 mortes são investigadas pelas autoridades.

Além disso, os governos continuam a falhar no que diz respeito também “à perseguição que deveriam dedicar a quem assedia, ataca ou provoca danos” aos profissionais dos media, uma vez que “a impunidade não coloca em risco apenas os jornalistas – é um perigo para a democracia e compromete esperanças de paz e desenvolvimento” nos vários países.

A FIJ tem desenvolvido e intensificado esforços para que a realidade se altere com base numa série de iniciativas à escala internacional e está a pressionar diversas instituições para que se empenhem no assunto. “Pensamos que a União Europeia tem um papel importante a desempenhar quanto às pressões sobre o respeito pelos Direitos Humanos, incluindo a liberdade de imprensa. É por isso que instamos a UE a cooperar com filiados nossos e a própria sociedade civil no sentido de que o mecanismo de proteção a jornalistas no México tenha efetiva aplicação”, acentuou Anthony Bellanger, secretário-geral da FIJ.

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