FIJ exige que EUA expliquem mortes de jornalistas

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) exige que os Estados Unidos expliquem as várias mortes de jornalistas e pessoal dos média provocadas por tropas norte-americanas no Iraque.

Numa tomada de posição divulgada a 8 de Março, depois da tragédia em torno da libertação da repórter italiana Giuliana Sgrena, o secretário-geral da FIJ, Aidan White, lembra que há “mais de uma dúzia de mortes às mãos de tropas norte-americanas que aguardam uma investigação adequada», e que «até estes casos serem levados a sério não haverá justiça para as vítimas”.

A Casa Branca rejeita as suspeitas de Giuliana Sgrena, veiculadadas no “Il Manifesto”, de que o ataque que causou a morte ao agente dos serviços secretos italianos Nicola Calipari foi deliberado e motivado pela oposição dos Estados Unidos à política de negociação com sequestradores seguida pela Itália.

Após um mês como refém, Giuliana Sgrena foi libertada na sequência de um acordo entre os raptores e agentes secretos italianos. Quando o veículo em que a jornalista seguia se aproximava do aeroporto, soldados norte-americanos abriram fogo, cravando entre 300 e 400 balas no automóvel e matando Nicola Calipari, que se atirou para cima de Giuliana Sgrena para a proteger dos disparos.

O Pentágono justificou-se dizendo que num cenário de guerra os soldados têm de tomar decisões muito rapidamente e garante que as tropas tentaram avisar o veículo antes de abrirem fogo, mas Giuliana Sgrena – que também foi atingida no ataque – assegura que não houve qualquer tipo de aviso.

Para a FIJ, o ataque ao automóvel em que seguia Giuliana Sgrena é “mais um incidente bizarro que leva a especular sobre se existe uma intenção estratégica de amedrontar jornalistas independentes ou apenas um padrão assustador de incompetência e negligência entre os soldados”.

A organização exige uma investigação total a este incidente e a 13 outros em que tropas norte-americanas estiveram envolvidas e que resultaram na morte de jornalistas e pessoal dos média.

Como forma de protesto por todos estes casos, a FIJ vai organizar manifestações a nível mundial a 8 de Abril, data do segundo aniversário do ataque de tropas dos EUA ao Hotel Palestina, em Bagdade, no qual morreram dois jornalistas.

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