FIJ exige libertação imediata de jornalista guineense

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) exige a libertação imediata de Mohamed Lamine Diallo, editor do semanário “La Lance”, preso a 16 de Fevereiro pelas autoridades da República da Guiné.

Diallo foi preso alegadamente por ter escrito um artigo em que comparava a situação na Guiné, sob a liderança do general Lansana Conté, com a do Togo, referindo as emendas constitucionais levadas a cabo neste país para garantir a sucessão dinástica na presidência. Segundo Diallo, um cenário semelhante pode vir a ocorrer em Conakry.

“A comunidade internacional deve dizer claramente ao presidente Conte para pôr termo à sua acção ditatorial”, afirmou Gabriel Baglo, director regional da FIJ para a África, sublinhando que “encarcerar e agredir os nossos colegas para os submeter não será nunca a resposta para a instauração da democracia na Guiné».

Camaradas e familiares do jornalista, também conhecido pelo pseudónimo de Benn Pépito, não têm informações dele desde o dia da detenção e temem pelo seu destino.

A delegação da FIJ em Dacar congratulou-se entretanto com a libertação, a 14 de Fevereiro, de Lansana Sarr, repórter do diário estatal “Horoya”, que fora preso quando fotografava trabalhadores de um hotel feridos pela polícia durante uma manifestação em que exigiam ser indemnizados após a venda do hotel.

Na ocasião, as autoridades da Guiné Conakry confiscaram a máquina fotográfica e o telemóvel do jornalista, que passou várias horas numa esquadra até ser libertado. Lansana Sarr recuperou o telemóvel, mas a polícia continua na posse da máquina fotográfica de Lansana Sarr, insistindo que os negativos sejam revelados e impressos na presença das autoridades para que as fotografias possam ser destruídas.

“As autoridades guineenses mostram-se retinentes em adoptar políticas de apoio à liberdade de informação que constituem a marca de um bom governo”, afirmou Baglo. Para este dirigente da FIJ, “chegou a altura de mudar e de respeitar os mais elementares direitos humanos e a liberdade de expressão”.

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