A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) exigiu às autoridades iranianas que libertassem o jornalista Akbar Ganji, preso desde Julho de 2001 e que está há 54 dias em greve de fome na prisão de Evin, em Teerão.
Para a FIJ, a libertação de Akbar Ganji – um dos mais fortes activistas por uma alteração real de políticas no Irão – seria um passo significativo da vontade de mudança do novo presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad.
Em virtude da greve de fome, Akbar Ganji já só pesa 52 quilos e está inconsciente a maior parte do tempo, sendo que a sua saúde não melhorou desde que foi transferido a 17 de Julho para o hospital de Milad, onde foi posto a soro contra a sua vontade.
Na passada semana – após meses de protestos e encontros com as autoridades efectuados pela Associação de Jornalistas Iranianos (AIJ), a libertação de Akbar Ganji esteve iminente, mas ao que tudo indica o esforço gorou-se devido a duas cartas escritas pelo jornalista a pedir ao Ayatollah Ali Khamenei que se demitisse.
Entretanto, o extremar de posições no país tem conduzido a violência contra pessoas ligadas ao caso, violência essa que levou ao assassinato, a 2 de Agosto, do juiz Massoud Moqadasi, que presidiu ao julgamento de Akbar Ganji há cinco anos.
Dias antes, a 30 de Julho, Abdolfattah Soltani, um dos advogados de Akbar Ganji, foi secretamente detido por ordem do procurador Said Mortazavi, acusado de “publicitar informações confidenciais sobre o caso, ao falar sobre o conteúdo deste a uma estação de rádio e a familiares dos defensores”.
Além de lutar pela libertação de Akbar Ganji, a FIJ apela ainda à libertação de outro jornalista, Masoud Bastani, preso há duas semanas na prisão de Evin e autor de vários artigos sobre Akbar Ganji em jornais reformistas.