A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) instou hoje a NATO a admitir o erro que fez há exactamente dez anos, quando bombardeou a emissora televisiva RTS em Belgrado, matando 16 trabalhadores, e a pedir desculpas aos familiares e colegas de quem perdeu a vida nessa ocasião.
A justificação dada então para o bombardeamento foi a “propaganda ofensiva” emitida pela RTS, um ataque que “abriu a porta a uma década de outros ataques aos média em zonas de conflito e que tornaram o jornalismo mais perigoso do que nunca”, segundo o presidente da FIJ, Jim Boumelha.
A organização recordou que, dias antes do ataque, oficiais da NATO garantiram que não atacariam órgãos de comunicação social no decorrer do conflito acerca do futuro do Kosovo, uma promessa não cumprida e que desrespeitou a lei internacional, que considera crime o ataque aos média, excepto se estes estiverem activamente envolvidos no processo estratégico de guerra.
Esta atitude da NATO tem servido para justificar outras acções ofensivas contra instalações de órgãos de comunicação social, como sucedeu no ataque israelita a média libaneses em 2006 ou na investida de Israel contra a Faixa de Gaza no início deste ano.