FIJ divulga relatório sobre jornalistas mortos no Iraque

Um relatório sobre a morte de jornalistas no Iraque durante e após a guerra foi divulgado pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), que apela a uma campanha global que torne públicos o secretismo, impostura e arrogância das autoridades dos EUA.

A FIJ pretende uma investigação independente para as mortes inexplicadas, novas regras para que os ataques contra jornalistas ou a negligência face ao seu trabalho se tornem crimes de guerra, e uma campanha mundial – que envolva órgãos de comunicação social, jornalistas, activistas dos direitos humanos e peritos em direito internacional – que exija justiça para os profissionais de comunicação mortos em cenário de guerra.

O documento, intitulado “Justiça Negada na Estrada para Bagdade”, examina a segurança em que laboraram os jornalistas durante o conflito, incidindo em quatro incidentes que resultaram na sua morte ou desaparecimento.

O ataque ao Hotel Palestina, em que morreram José Couso, repórter de imagem da espanhola Telecinco, e Taras Protsyuk, da agência Reuters, e os disparos sobre uma equipa da ITN que causaram a morte ao repórter Terry Lloyd, cujos colegas Fred Nerac e Hussein Osman continuam desaparecidos, são dois dos casos focados no texto da FIJ.

A Federação Internacional de Jornalistas refere ainda o ataque com um míssil a instalações da televisão Al-Jazeera, em que morreu o repórter Tareq Ayoub, e os disparos de soldados norte-americanos, em plena luz do dia, contra o operador de imagem da Reuters, Mazen Dana.

No relatório, elaborado pelo secretário-geral da FIJ, Aidan White, os Estados Unidos são acusados de “desrespeito flagrante” pela segurança dos jornalistas por não terem instruído as suas tropas de modo a que estas evitassem atingir os média.

Numa nota mais positiva, o texto de Aidam White congratula-se pela criação do Instituto Internacional de Segurança da Imprensa (INSI), uma coligação global de grupos dos média, que visa melhorar os níveis de preparação e segurança para repórteres em zonas de conflito.

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