FIJ denuncia perseguições no Paquistão

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) condenou a 2 de Junho o recurso a expedientes legais no Paquistão para “intimidar jornalistas e restringir o seu direito a informar”, classificando tais práticas como um “assalto à liberdade de imprensa”.

A declaração da FIJ teve como causa próxima o caso de dois jornalistas – Afzal Nadeem, do jornal “Awam”, e Asad Ibne Hasan, do “Daily News” – acusados a 28 de Maio em Carachi, Paquistão, de alegadas actividades “contra o Estado”.

O alegado “crime” é uma discrepância sobre a hora exacta em que decorreu uma acção policial de resgate de um sequestrado, em que os quatro raptores foram mortos. No relato noticioso o caso deu-se às 15 horas, segundo a polícia ocorreu às 16 horas. A discrepância indica que os raptores podem ter sido mortos numa acção extra-judicial, o que é muito comum no Paquistão e em particular em Carachi, segundo a FIJ.

Apesar do “Awam” já ter divulgado uma nota clarificando a questão do tempo, as acusações não foram retiradas.

Mas este é apenas um de uma série de casos contra jornalistas, afirma a organização sindical, lembrando que há alguns meses as autoridades acusaram igualmente Afzal Nadeem ao abrigo do Official Secrets Act (OSA). Apesar das garantias dadas pelo governo à Federação do Sindicato dos Jornalistas do Paquistão (PFUJ), o caso continua em aberto, arriscando-se o jornalista a ser condenado a uma pena máxima de 14 anos.

A FIJ e a PFUJ condenam este tipo de actuação das autoridades, que ameaça liquidar a liberdade de expressão através de manobras de intimidação.

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