FIJ critica ameaças a jornalistas no Uganda

As tentativas de Yoweri Museveni, presidente do Uganda, em criminalizar os jornalistas revela desrespeito pela liberdade de imprensa e prejudica os esforços para criar uma cultura democrática no país, afirmou a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ).

A organização reagiu desta forma dura às ameaças feitas pelo governante do Uganda aos jornais que “brincassem com a segurança regional” cobrindo assuntos como o Ruanda, o Sudão e as Forças de Defesa Populares do Uganda, destacando títulos como o “Daily Monitor”, o “Weekly Observer” e o “Red Pepper”, todos do grupo Nation Media.

No seu discurso, o presidente nomeou ainda o jornalista Andrew Mwenda, preso a 12 de Agosto e entretanto libertado sob fiança enquanto aguarda julgamento por “apelo à revolta”, devido às críticas que fez num programa de rádio dedicado ao desastre de helicóptero que vitimou John Garang, vice-presidente do Sudão.

No programa, Andrew Mwenda acusou o presidente do país e dono do helicóptero em que seguia o governante sudanês de ter permitido a descolagem do aparelho, quando sabia que este se encontrava em mau estado e que as condições meteorológicas não eram as mais indicadas.

O repórter da rádio KFM enfrenta agora até cinco anos de prisão, num julgamento que é contestado pela FIJ e por organizações de jornalistas locais, que exigem a libertação imediata de Andrew Mwenda e consideram que as declarações e atitudes de Yoweri Museveni prejudicam a reputação do Uganda e a liberdade de imprensa no país.

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