FIJ condena perseguições a jornalistas no Quénia

Forças policiais e apoiantes de partidos foram protagonistas de várias ações de intimidação e violência durante e depois das eleições presidenciais no país, realizadas a 8 deste mês.

A Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) condenou os atos de perseguição e violência contra profissionais da comunicação social, com autoridades e elementos de partidos como responsáveis, durante e depois das eleições presidenciais no Quénia do passado dia 8.

“As autoridades quenianas devem respeitar o direito que os nossos companheiros de trabalho têm de noticiar livremente, em segurança e sem qualquer tipo de perseguição”, afirmou Anthony Bellanger, secretário-geral da FIJ. “Esta questão torna-se particularmente crucial durante eleições, altura em que o público necessita de informação mais rigorosa e precisa no sentido de a democracia se concretize. Esta perseguição aos nossos camaradas, bem como as falhas das autoridades na proteção aos media face a manifestantes violentos, é absolutamente inaceitável”, acrescentou.

Vários jornalistas foram perseguidos e muitos chegaram mesmo a ser impedidos de realizar o seu trabalho, incluindo em situações pós-eleitorais quando pretendiam relatar protestos e operações policiais, altura em que câmaras e outros equipamentos usados em reportagem foram mesmo retirados aos profissionais.

Entre os perseguidos no período referido estiveram Duncan Khaemba e o operador de câmara Otieno Willis, detidos durante várias horas pela polícia em Nairobi, a 12 de agosto, sob a acusação de que usavam coletes e capacetes de proteção importados de forma ilegal, apesar de ambos deterem cópias das licenças de importação do referido material.

Uhuru Kenyatta foi reeleito com 54% dos votos, mas o rival Raila Odinga, antigo primeiro-ministro, e os seus apoiantes recusaram aceitar o desfecho eleitoral.

Partilhe