FIJ condena julgamento de jornalistas em Gibraltar

A Federação Interncaional de Jornalistas (FIJ) e outras organizações de jornalistas apelaram às autoridades de Gibraltar para que sejam retiradas as queixas contra dois repórteres espanhóis detidos em Janeiro, com outros 12 jornalistas, quando cobriam uma acção de protesto de um grupo ambientalista.

José Martin, editor da estação Tele 5 e o fotojornalista Virigilio Moreno, que estava a trabalhar para a Antena 3, começam a ser julgados na terça-feira, 4 de Março, sob a acusação de terem provocado incidentes ao serem detidos no mar, ao largo do território sob administração inglesa, a 20 de Janeiro.

Os jornalistas viajavam em lanchas para filmar a manifestação dos ecologistas, que protestavam contra a cedência de uma doca em Gibraltar a um petroleiro que teria derramado crude ao lavar os tanques em alto mar.

Além dos repórteres que irão sentar-se em tribunal, as autoridades de Gibraltar prenderam jornalistas do “El País”, do “El Mundo”, da TVE, do Canal Sur, da Tele 5 e da Antena 3, que estiveram detidos dez horas e tiveram de pagar multas de 750 e 1.650 euros.

“É escandaloso serem levados a tribunal jornalistas que estavam a seguir uma história do maior interesse público”, disse o secretário-geral da FIJ, Aidan White. Para a FIJ, estes jornalistas já sofreram demais e não devem ser penalizados de novo.

Aidan White lembrou que os jornalistas foram detidos no mar em condições perigosas e criticou as autoridades do território por terem agido de forma provocadora e insensível. “O tratamento dado aos jornalistas revela uma surpreendente intolerância e falta de respeito pela liberdade de Imprensa por parte das autoridades de Gibraltar”, acrescentou.

Este caso ocorreu algumas semanas após o desastre ecológico provocado pelo “Prestige”, na Galiza, que colocou a questão das marés negras no topo da agenda informativa espanhola.

O apelo lançado pela FIJ é subscrito por outras organizações de jornalistas, nomeadamente pelos sindicatos da Grã-Bretanha e da Irlanda.

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