FIJ apela ao fim dos ataques contra os média no Iraque

A morte de três jornalistas e de um motorista ao serviço da imprensa no Iraque, só no mês de Fevereiro, levou a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) a apelar ao fim do que designou como “caça às bruxas” contra os média iraquianos.

A 25 de Fevereiro foi encontrado o corpo da jornalista Raeda Wazzan, pivot de um canal iraquiano financiado pelos Estados Unidos, cinco dias após ter sido raptada por encapuzados armados na cidade de Mossul. Um ataque que sucedeu depois de, a 14 de Fevereiro, um produtor do mesmo canal, Jamal Badrani, ter sido alvo de uma tentativa de sequestro e de, no dia 16, os estúdios do canal televisivo terem sofrido um atentado que feriu três técnicos.

Noutro incidente, este verificado a 25 de Fevereiro, Mohammad Sherif Ali, jornalista iraquiano a trabalhar para a Al-Hurriya, um canal árabe fundado pelos Estados Unidos, ficou gravemente ferido após um ataque ao seu carro levado a cabo por homens armados no qual pereceu o seu motorista.

Para trás, outra morte a registar: Dler Karam Ali, repórter curdo dos jornais “Al-Ittihad Al-Isalmi” e “Al-Ofoq Al-Islami”, foi alvejado por tropas norte-americanas quando se deslocava entre Bagdade e Darbandikhan para cobrir as eleições no dia 9, acabando por morrer no hospital 72 horas depois, no dia 12.

Na mesma data do ataque a Dler Karam Ali, um homem armado atingiu a tiro mortalmente o jornalista iraquiano Abdul Hussein Al-Basri, editor de um jornal local e repórter do canal Al-Hurriya.

Para a FIJ é lamentável que dois anos depois da ocupação militar do Iraque pelas tropas norte-americanas os média iraquianos independentes continuem debaixo de fogo.

A Federação internacional de Jornalistas encontra-se também a envidar esforços em parceria com as suas associadas em França e Itália com vista à libertação de Florence Aubenas, correspondente do jornal francês “Libération” que desapareceu no Iraque há um mês, e de Giuliana Sgrena, jornalista italiana raptada em Bagdade há três semanas.

Para o próximo dia 8 de Abril – que assinala o segundo aniversário do ataque ao Hotel Palestina, de que resultou a morte de dois jornalistas – a FIJ tem programadas manifestações em várias cidades iraquianas para protestar contra a impunidade daqueles que agridem e matam os jornalistas e para exigir que os crimes sejam devidamente investigados, pois desde 2003 já morreram mais de 70 profissionais da comunicação social no país. A FIJ planeia também abrir um escritório para apoio aos jornalistas no Iraque.

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