FIJ apela à libertação de jornalista italiano

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e a Federação Nacional da Imprensa Italiana (FNSI) exigem a libertação imediata do jornalista Mario Spezi, preso desde 7 de Abril após uma longa batalha pública com a Justiça devido a investigações que efectuou sobre uma série de assassinatos ocorridos na região de Florença entre 1968 e 1985.

A FIJ e a FEJ suspeitam que o jornalista foi preso por alegada difamação dos juízes italianos e por conduzir a sua própria investigação aos assassinatos, mas não foram ainda tornadas públicas quaisquer acusações oficiais.

As suspeitas das duas organizações quanto aos potenciais motivos para a prisão preventiva de Mario Spezi radicam no facto de o jornalista ter criticado publicamente, entre 2000 e 2002, a forma como o sistema judicial tratou da investigação de oito assassinatos atribuídos a Pietro Pacciani, que morreu na cadeia em 1998 enquanto aguardava novo julgamento, depois de um tribunal de recurso o ter absolvido.

Em 2004, a polícia apreendeu o disco rígido, os blocos de notas, os livros de contactos e a correspondência de e-mail de Mario Spezi, assim como um esboço do livro que o jornalista italiano estava a escrever em colaboração com o colega norte-americano Douglas Preston, que desde o encarceramento de Spezi afirma ter medo de viajar para Itália e ser perseguido pela polícia.

A publicação do livro de ambos, que prometia revelar informações sobre os referidos assassinatos na região de Florença, estava prevista para este mês de Abril.

No comunicado em que apelam à libertação imediata do jornalista, a FIJ e a FNSI frisam que a lei italiana da prisão preventiva só deve ser aplicada para crimes graves, o que não parece ser o caso do jornalista, cuja maior ofensa terá sido a autoria de artigos e livros que embaraçam o poder judicial e desafiam as conclusões oficiais de investigações levados a cabo pelas autoridades.

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