FIJ apela à libertação de fotojornalista egípcio

Mahmoud Abu Zeid, conhecido como Shawkan, foi detido a 14 de agosto de 2013 no Cairo, durante uma carga policial sobre manifestantes na Praça Rabaa.

O presidente da Federação Internacional de Jornalistas, Philippe Leruth, enviou uma carta ao presidente egípcio, Abdel Fattah El-Sisi, apelando à libertação do fotojornalista Mahmoud Abu Zeid, mais conhecido como Shawkan, que se encontra detido desde 14 de agosto de 2013, quando cobria uma carga policial sobre manifestantes na Praça Rabaa.

A situação de Shawkan é ainda mais delicada, uma vez que, sofrendo de anemia crónica e hepatite C, o seu estado de saúde inspira maiores cuidados. “Estamos muito preocupados com a saúde do nosso camarada de trabalho, uma vez que se deteriorou durante estes quatro anos de prisão e o tratamento médico é urgente”, referiu Leruth.

Dois anos após a sua detenção, o fotojornalista foi acusado de atentar contra a unidade nacional, aterrorizar cidadãos e tentativa de assassínio de agentes policiais. Contudo, até agora não houve qualquer demonstração de culpa e todos, da FIJ aos companheiros de profissão e ao seu patrão, que forneceram testemunhos de apoio à sua inocência, estão convencidos de que não é culpado.

“Shawkan está inocente e devia ter sido libertado tal como aconteceu com outros dois fotojornalistas internacionais no próprio dia da detenção”, defendeu Philippe Leruth. “Por isso apelo a si, Senhor Presidente, para que use todos os poderes à sua disposição para garantir que Shawkan é libertado e poderá reencontrar a sua família o mais depressa possível”, escreveu na missiva enviada ao chefe de Estado egípcio.

Segundo a FIJ, 20 jornalistas estão detido no Egipto, incluindo os casos de Hisham Gaafar, na prisão desde outubro de 2015, sob acusação de “receber fundos estrangeiros ilegais”, também com estado de saúde delicado; Ismael al-Iskandarani, há dois anos preso sem qualquer acusação; Mahmud Hussein, repórter da Al Jazeera, preso em dezembro do ano passado e acusado de perturbar a segurança pública e de espalhar notícias falsas.

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