A marcação das celebrações do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa para o Qatar, país onde os jornalistas estão proibidos de se associar livremente, levou a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) a apelar ao boicote aos planos da UNESCO para assinalar a data no próximo domingo, 3 de Maio.
A organização reconhece que o Qatar tem investido muito em mostrar ao mundo que se preocupa com o jornalismo, ao promover a qualidade da Al Jazeera como uma rede global de televisão e de sucesso, bem como no financiamento público para o Media Center – que monitoriza a liberdade de imprensa noutros locais – na sua capital, Doha.
“Todavia, os jornalistas, em grande parte no estrangeiro, não têm o direito de formar o seu próprio sindicato ou associação. Aqueles que vêm de fora têm que entregar os seus passaportes aos editores e são obrigados a obter permissão oficial para deixar o país, se assim o desejarem”, diz o comunicado da FIJ.
Já por várias vezes a UNESCO organizou celebrações do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa em países onde os jornalistas são atacados, como a Colômbia, o Sri Lanka e a Sérvia, mas “nunca este dia foi realizado num país que impede a livre associação”, motivo pelo qual a FIJ apela ao boicote.