A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e outras organizações de profissionais acusaram as autoridades iranianas de tentarem limitar a cobertura das manifestações após as eleições de 12 de Junho, através de ameaças, intimidações, detenções e censura.
Entre muitos outros casos, há notícia de que dois jornalistas holandeses e da estação espanhola TVE foram detidos e expulsos do pai, desconhecendo-se o paradeiro de uma dezena de profissionais, que tanto podem ter sido detidos como estar escondidos por receio de represálias pelo seu trabalho.
“A intimidação dos média surge depois do presidente Ahmadinejad tentar culpar a comunicação social pelos seus problemas. Ele quer culpar os média estrangeiros pelos protestos dos iranianos, mas os repórteres estão a fazer o seu trabalho e não podem ser bodes expiatórios desta crise”, afirmou o secretário-geral da FIJ, Aidan White.
O dirigente da FIJ recorda que medidas como a censura e a proibição da actuação de determinadas órgãos de comunicação “não vai convencer o mundo de que estas eleições foram justas e não irá arrefecer a temperatura nas ruas”, pelo que apela para que o governo iraniano não tente evitar o escrutínio independente da situação.
Há relatos de que agentes da autoridade “convidaram” jornalistas estrangeiros a abandonar o país assim que os seus vistos expirarem a 17 de Junho.
Considerando que “uma eleição democrática permite que os média monitorizem o processo eleitoral e investiguem acusações de fraude”, a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) lamenta que nenhuma destas condições se tenha verificado e apela à comunidade internacional para que “não reconheça os resultados enquanto o processo eleitoral estiver sujeito a censura”.
Por seu turno, o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) instou as autoridades iranianas a “cessar de imediato com ameaças e ataques contra a imprensa e a garantir que os jornalistas possam fazer o seu trabalho em liberdade”.