FEJ insiste nas recomendações para fotojornalistas

De modo a garantir que os fotojornalistas tenham direito a tomar decisões editoriais próprias aquando da cobertura da actualidade ou de grandes eventos, a Federação Europeia de Jornalistas (FEJ) voltou a anunciar a adopção de um novo conjunto de recomendações para a classe em todo o Velho Continente.

As recomendações foram adoptadas pela Assembleia Geral da FEJ, que se realizou no final de Março em Zagreb, na Croácia, e nelas se insta os jornalistas a recusarem trabalhos em que lhes sejam impostas limitações aos movimentos que não estejam claramente relacionadas com motivos organizacionais ou de segurança.

“Adoptámos estas recomendações para que os fotojornalistas de toda a Europa tivessem um padrão ético único que lhes permitisse trabalhar de forma livre e independente, sem qualquer influência externa”, afirmou o presidente da FEJ, Arne König, relembrando que têm vindo a ocorrer várias tentativas de limitar a cobertura fotojornalística de grandes eventos artísticos, culturais, políticos e desportivos.

As recomendações dizem que o acesso a grandes eventos deve estar aberto a qualquer portador de uma acreditação de imprensa própria ou cartão de jornalista profissional, sendo a ética jornalística o único limite à captação de imagens.

Foi ainda recomendado aos jornalistas e fotógrafos que se recusem a assinar qualquer contrato que os prive da posse dos direitos sobre o seu trabalho ou qualquer outro contrato que os obrigue a submeter as imagens a autorização prévia antes da sua difusão ou publicação sob qualquer forma.

A FEJ demonstrou ainda o seu apoio aos sindicatos e associações de jornalistas da Noruega, entidades que apelaram aos organizadores de eventos do seu país para que esclarecessem artistas estrangeiros convidados a actuar no território de que a comunicação social local não aceita restrições ao trabalho dos jornalistas em eventos realizados na Noruega.

Esta tomada de posição dos representantes da classe na Noruega surgiu por ocasião do boicote total da imprensa norueguesa ao concerto de Dolly Parton em Oslo a 15 de Março, motivado pela tentativa dos organizadores do concerto em forçar a imprensa local a assinar contratos fotográficos que impedia os fotógrafos e os órgãos de armazenarem ou utilizarem mais do que uma vez as imagens captadas no concerto.

O texto completo das recomendações está disponível em formato PDF no endereço http://www.ifj-europe.org/pdfs/Guidelines for Photographers-en.pdf (em inglês).

Partilhe