FEJ e FIJ contra decisão de tribunal turco

Seis profissionais do jornal Cumhuriyet continuaram detidos após uma audiência na prisão de Silivri que durou 13 horas. Organizações de jornalistas e de defesa dos Direitos Humanos exigem libertação imediata.

As Federações Internacional (FIJ) e Europeia (FEJ) de Jornalistas exigem a libertação imediata de seis jornalistas que estão detidos na Turquia há mais de 300 dias. Anteontem, após uma sessão que se prolongou por mais de 13 horas, na prisão de Silivri, a decisão do tribunal foi ordenar que permanecessem detidos, algo que as organizações de jornalistas e de defesa dos Direitos Humanos contestam, considerando que as acusações de que são alvo não têm qualquer fundamento.

Segundo a FIJ, uma delegação internacional composta por diversas organizações de jornalistas e de defesa dos Direitos Humanos marcou presença na sessão, deixando mensagens de solidariedade com os detidos. Ao mesmo tempo, cerca de quatro centenas de personalidades, incluindo 130 advogados, 15 elementos do Parlamento turco e representantes de sindicatos foram autorizados a acompanhar a sessão. À porta do tribunal ficaram quase outras 400 pessoas.

Foi a sexta sessão de tribunal relacionada com o caso em que Akin Atalay, Ahmet Sik, Kemal Aydogdu, Emre Iper, Kadri Gürsel e Murat Sabuncu estão acusados de “distribuição de propaganda de uma organização terrorista e ilegal”.

A decisão do tribunal foi justificada, de acordo com a FIJ, por ainda haver três testemunhas que vão ser ouvidas, além de faltar a análise de um especialista aos contactos estabelecidos pelos jornalistas em causa através dos seus números profissionais de telemóvel. Por outro lado, o tribunal pediu ainda aos seis profissionais que partilhassem as respetivas passwords para haver acesso a comunicações protegidas, embora os jornalistas tenham detalhado todos os contactos durante a sessão.

Em causa foram colocados critérios como “linha editorial dos jornais, sistema de edição de títulos dos artigos antes da sua divulgação, formas de contratação de novos jornalistas, mecanismos de controlo de relatos dos correspondentes e até o mecanismo interno de decisões entre uma empresa privada e a fundação que dirige o jornal”.

A próxima sessão do julgamento irá realizar-se a 25 do corrente mês.

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