FEJ apela à abolição da vigilância sistemática de jornalistas

Os governos europeus devem abolir as medidas de vigilância sistemática dos cidadãos, em particular as que incidem sobre os profissionais dos média, afirmaram representantes de sindicatos e associações de jornalistas de 30 países durante a reunião anual da Federação Europeia de Jornalistas (FEJ), realizada em Berlim entre 13 e 15 de Junho.

De acordo com a FEJ, a monitorização electrónica de comunicações telefónicas e de e-mail é contrária aos padrões legais internacionais e europeus e compromete o papel dos média como “cães de guarda”, pois ninguém dará informações sensíveis a um jornalista se suspeitar que este está sob escuta.

O assunto foi referido no decorrer da reunião anual da FEJ a propósito da eventual aprovação, a 17 de Junho, de uma lei que permite que o Ministério da Defesa da Suécia supervisione todas as comunicações telefónicas e de e-mail transnacionais feitas a partir do país.

Israel presente como observador

Uma das novidades da reunião anual da FEJ foi a presença, pela primeira vez, de um representante da Federação Nacional de Jornalistas Israelitas, na qualidade de observador.

Apesar de aquele país não ser, geograficamente, parte do Velho Continente, a presença de um jornalista local levou a que a FEJ se pronunciasse sobre um plano para encerrar a emissora pública israelita IBA e reabri-la de imediato, uma movimentação encarada como “uma tentativa cínica de despedir jornalistas e outros trabalhadores”.

“Os jornalistas europeus devem apoiar os seus colegas israelitas. Israel irá manchar a sua imagem de democracia se não impedir esta catástrofe mediática. O país deve ser um modelo para o diálogo e para as relações laborais justas, algo que não se consegue com a intimidação da força de trabalho dos média”, afirmou o secretário-geral da FEJ, Aidan White.

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