FEJ analisa discurso de Juncker e pede reforma das leis laborais

Ricardo Gutiérrez, secretário-geral da entidade, lembra que “os freelancers são, muitas vezes, tratados como trabalhadores de segunda”. Além disso, elogia o apelo do presidente da Comissão Europeia dirigido à Turquia para a libertação dos jornalistas detidos.

O secretário-geral da Federação Europeia de Jornalistas (FEJ), Ricardo Gutiérrez, analisou o discurso de Jean-Claude Juncker, líder da Comissão Europeia, sobre o estado da União e, aproveitando uma das suas frases, pediu que sejam revistas as leis laborais.

Gutiérrez recebeu de forma positiva a ideia de que, “numa União de iguais, não pode haver trabalhadores de segunda. Todos devem receber salário igual para trabalho igual”, sublinhando a predisposição da União Europeia para o acolhimento do Pilar Europeu dos Direitos Sociais. No entanto, lembrou que falta ainda “ver ações concretas” nesse sentido e destacou: “No caso dos jornalistas, os freelancers são, muitas vezes, tratados como trabalhadores de segunda porque existe falta de proteção dos seus direitos sociais e laborais nos estados-membros.”

Deste modo, o secretário-geral da FEJ refere-se a “uma necessidade urgente de reformas das leis laborais e do sistema de proteção social na Europa com o objetivo de adaptação às mudanças no mercado de trabalho”. E acrescentou: “Esperamos que os estados-membros se comprometam a construir uma Europa social com base na aceitação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, na cimeira do próximo mês de novembro, em Gotemburgo. Depois disso, é preciso que haja ações concretas capazes de ilustrar o nível de compromisso de cada estado-membro.”

Por outro lado, Ricardo Gutiérrez elogiou Juncker pelo apelo que este dirigiu à Turquia no sentido da libertação dos jornalistas detidos. O presidente da Comissão Europeia disse que “o lugar dos jornalistas é nas redações, não em prisões. Pertence aos espaços onde impera a liberdade de expressão. O apelo que dirijo a quem está no poder na Turquia é este: libertem os jornalistas.” Ainda assim, Gutiérrez não deixou de constatar como é contraditória a atitude da União Europeia com a Truquia no campo dos refugiados.

Partilhe