O jornalista freelance austríaco Peter Krobath foi detido a 2 de Dezembro no Aeroporto de Los Angeles por não possuir um visto especial de entrada nos Estados Unidos, onde se deslocava a convite da DreamWorks para participar numa apresentação à imprensa do filme “Paycheck”.
Ao aterrar em Los Angeles, o jornalista foi questionado sobre o propósito da sua visita e interrogado durante quase cinco horas. Em seguida foi-lhe efectuada uma busca corporal, tiraram-lhe a fotografia e as impressões digitais e levaram-no algemado para uma sala de isolamento.
Mais tarde, Peter Krobath foi transferido para uma esquadra de Los Angeles onde passou a noite com outros 45 detidos, numa sala com bancos de ferro e duas casas de banho mas sem mantas, apesar da baixa temperatura. A sua bagagem e bens foram guardados à parte.
Tudo isto sucedeu porque Peter Krobath mas não possuía um visto de jornalista. De nada lhe valeram o convite para a apresentação do novo filme e a exibição do bilhete de regresso, marcado para 4 de Dezembro.
Ao utilizar o seu direito a um telefonema, o jornalista austríaco contactou Elisabeth Sereda, da Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood, que por sua vez informou o consulado austríaco da situação, tendo este providenciado o regresso de Peter Krobath à Áustria, no voo das 17h30 de 3 de Dezembro.
Ao que o Instituto Internacional de Imprensa (IPI) apurou, todos os jornalistas estrangeiros precisam de um visto especial nos passaportes quando planeiam fazer uma reportagem nos Estados Unidos, regra que nunca foi cumprida pelas autoridades norte-americanas até ao 11 de Setembro de 2001, e que, aparentemente, era desconhecida das embaixadas e consulados.
O estranho da situação é que Peter Krobath, que trabalha para a revista de cinema “SKIP”, visitou Nova Iorque nos dias 30 e 31 de Outubro de 2002 para fazer entrevistas sobre o filme “The Missing”, não tendo, nessa altura, sido impedido de entrar pelas autoridades.