Faleceu Artur Ramos

O encenador e realizador Artur Ramos, que foi responsável pelas emissões experimentais da RTP e o primeiro realizador da televisão pública, morreu a 9 de Janeiro, em Lisboa, aos 79 anos.

Artur Ramos distinguiu-se ao longo da sua carreira pelas reportagens e filmes realizados no período da censura fascista, bem como pela direcção de numerosas peças de teatro de importantes e prestigiados autores nacionais e estrangeiros.

Nascido a 20 de Novembro de 1926, em Lisboa, onde se licenciou em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras de Lisboa, Artur Ramos viveu em Paris durante cinco anos, onde obteve uma bolsa do governo francês para o Instituto de Altos Estudos Cinematográficos.

O realizador e encenador destacou-se sempre por uma apetência pela adaptação de textos literários a televisão ou cinema, como testemunham os seus filmes “Pássaros de Asas Cortadas”, da autoria de Luíz Francisco Rebello, e “A Noite e a Madrugada”, de Fernando Namora, de quem também adaptou para a RTP “Retalhos da Vida de um Médico”.

Fundador de duas companhias de teatro em Portugal – o Grupo de Acção Teatral e a do Teatro Maria Matos -, Artur Ramos foi ainda crítico de teatro na “Seara Nova” e professor das escolas de teatro e cinema do Conservatório Nacional.

O corpo de Artur Ramos, cuja urna esteve coberta com a bandeira do Partido Comunista Português, de que era militante desde 1957, foi cremado a 11 de Janeiro no Cemitério do Alto de São João. Em nome dos muitos amigos que deixou, Artur Portela Filho prestou-lhe uma sentida homenagem, em que destacou a dimensão artística e humanitária de Artur Ramos.

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