As autoridades tunisinas apreenderam a 20 de Janeiro todos os exemplares colocados em banca dos semanários “Al Maoukif” e “Akhbar al Joumhouria”, sendo o motivo invocado para a apreensão deste último a publicação de uma carta aberta ao presidente Ben Ali, na qual se abordava um caso de corrupção relacionado com as concessões da Ford e da Isuzu no país, implicando pessoas próximas do chefe de Estado.

Em relação ao “Al Maoukif”, o proprietário e líder de um partido da oposição, Néjib Chebbi, afirma que não foi informado da apreensão e acrescenta que o semanário não trazia notícias “ilegais” ou “difamatórias”, queixando-se contudo ele próprio de estar a ser vítima de uma campanha de difamação na imprensa governamental.

Em comunicado, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) acusa o ministro do Interior tunisino de ter o poder de apreender qualquer jornal a qualquer altura, “infligindo graves problemas financeiros à imprensa e demonstrando a determinação do presidente Ben Ali em silenciar os jornalistas”, e exige o fim imediato destas práticas.