Ex-jornalista instada a revelar fontes em tribunal

Um juiz da Pensilvânia ordenou a uma ex-repórter, no início de Junho, que revelasse as suas antigas fontes em tribunal. A medida abre uma brecha na lei de protecção do sigilo jornalístico, que sempre foi rigorosamente cumprida naquele estado norte-americano.

O juiz Robert A. Mazzoni, do tribunal de Scranton, considerou que a protecção do sigilo jornalístico devia ceder no caso de uma queixa de difamação contra os jornais “The Scranton Times” e “The (Scranton) Tribune” e a ex-jornalista Jennifer Henn.

Segundo o magistrado, “o objectivo da protecção do sigilo é promover a livre circulação de informação para os média. Porém, quando esse objectivo colide com a necessidade de proteger e fazer aplicar os objectivos do grande júri, essa protecção deve ser abandonada”.

Donald H. Brobst, advogado da jornalista, anunciou que vai recorrer da decisão e fez notar que a decisão do juiz funciona como uma emenda à lei, o que não pode ser efectuado pelo tribunal mas apenas pelos deputados.

A queixa por difamação teve lugar na sequência de duas histórias idênticas que a jornalista publicou nos dois periódicos em Janeiro de 2004. De acordo com as suas peças, em que citou fontes anónimas próximas do caso, dois comissários de Lackawanna County não teriam cooperado devidamente quando foram chamados a tribunal no âmbito de um processo.

Os comissários em causa, Randall A. Castellani e Joseph J. Corcoran, avançaram com um processo, garantindo que as informações não correspondiam à verdade e solicitaram que a fonte da jornalista fosse revelada.

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