EUA descartam responsabilidade nas mortes do Hotel Palestina

O relatório do Pentágono relativo à morte de dois jornalistas no Hotel Palestina, em Bagdade, afirma que não houve negligência das tropas dos EUA e que a responsabilidade do incidente é do “inimigo”, que “expôs os civis aos perigos de uma guerra”, ao optar por combater na cidade.

A divulgação deste relatório ilibatório das tropas norte-americanas, que surge em resposta a um pedido do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) ao abrigo do Freedom of Information Act, está longe de esclarecer o ocorrido em 8 de Abril de 2003. Nesse dia, as forças da coligação no Iraque dispararam a partir de um tanque contra o Hotel Palestina, onde se concentravam os jornalistas que cobriam o conflito, tendo morto os operadores de câmara José Couso, da Telecinco espanhola, e Taras Protsiuk, da Reuters.

De acordo com uma investigação que o próprio CPJ levou a cabo e cujos resultados foram publicados em Maio de 2003, o ataque “não foi deliberado, mas podia ter-se evitado” uma vez que os chefes militares sabiam que os jornalistas se alojavam naquele hotel. Acontece que, ao que tudo leva a crer, a informação não foi passada das altas patentes para os subordinados.

O relatório agora tornado público também não esclarece a razão que motivou, igualmente a 8 de Abril, o ataque aéreo norte-americano às instalações da televisão Al-Jazeera em Bagdade, que vitimou o repórter Tareq Ayyoub.

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