Escutas a jornalistas na Alemanha com “proporções alarmantes”

A Federação Europeia de Jornalistas (FEJ) expressou grande preocupação com “as proporções alarmantes” das escutas a jornalistas e sindicalistas levadas a cabo pela Telekom alemã, considerando “inaceitável que a empresa possa usar indevidamente a retenção de dados para violar a protecção das fontes e a liberdade de imprensa”.

Para o presidente da organização, Arne König, “esta é a confirmação de que as regras de retenção de dados europeias têm sido usadas indevidamente em muitos estados-membros e que os jornalistas de toda a Europa enfrentam novas batalhas para proteger as suas fontes de informação”.

O caso da Telekom criou grandes incertezas na sociedade civil alemã e mereceu críticas dos sindicatos de jornalistas dju in ver.di e DJV, que exigiram uma remodelação total das regras de retenção de dados e uma garantia total contra a utilização indevida de todos os dados obtidos desde Janeiro.

“Infelizmente, nenhum jornalista na Europa pode ter a certeza de que o seu trabalho não está sujeito a vigilância oficial, de que os seus telefones não estão sob escuta e de que podem, com confiança, proteger as suas fontes”, afirmou Arne König, revelando estar atento a desenvolvimentos de casos similares em Itália, Suécia e Reino Unido com vista a levar a situação perante o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.

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