Eritreia instada a provar que jornalistas detidos estão vivos

Informações de que três jornalistas detidos ilegalmente desde Setembro de 2001 teriam perecido num centro de detenção em Eiraeiro, situado num deserto do nordeste da Eritreia, levaram a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) a instar as autoridades daquele país africano a provarem o contrário.

O pedido foi enviado pela RSF à embaixada da Eritreia em França no dia 9 de Outubro, mas perante a ausência de uma resposta em tempo útil a organização optou por dar maior visibilidade pública à questão.

As informações existentes sobre o centro de detenção de Eiraeiro foram publicadas num relatório publicado a 17 de Agosto na Internet em tigrigna (uma das línguas oficiais da Eritreia) e traduzido para inglês no final desse mesmo mês por um sítio da oposição eritreia exilada nos EUA.

Os jornalistas nomeados no documento são Seyoum Tsehaye, Dawit Habtemichael, Temesghen Gebreyesus, Emanuel Asrat, Said Abdulkader, bem como um profissional identificado como “Yusuf” e outro como “Medhane Tewelde”, os quais, segundo a RSF, serão, quase de certeza, Yusuf Mohamed Ali e Medhane Haile.

De acordo com o relatório, estes três últimos jornalistas já terão morrido: Yusuf Mohamed Ali a 13 de Junho, Medhane Haile em Fevereiro e Said Abdulkader em Março de 2005.

Todos eles integraram o grupo de 13 jornalistas detidos durante a acção repressiva levada a cabo na semana de 18 a 25 de Setembro, quando o governo do presidente Issaias Afeworki decidiu suspender todos os média privados e ordenou a detenção de todos os que pudessem ser considerados membros da oposição.

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