Eritreia expulsa último correspondente estrangeiro

Consumou-se a 9 de Setembro a expulsão do último correspondente estrangeiro na Eritreia, o britânico Jonah Fisher, que ali trabalhava há 18 meses para a BBC e para a Reuters.

Em declarações ao Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), Jonah Fisher afirmou que as autoridades não lhe apresentaram qualquer razão para a ordem de expulsão dada a 6 de Setembro, mas deu conta de que tinha vindo a enfrentar um “padrão de dificuldades crescentes”.

Segundo o jornalista, o Ministério da Informação convocou-o a 2 de Setembro e um funcionário informou-o de que tinha de se preparar para abandonar o país, pois a sua acreditação iria ser revogada.

Quatro dias depois, a BBC e a Reuters enviaram faxes de protesto e Jonah Fisher recebeu um telefonema do mesmo funcionário, que o avisou de que tinha três dias para abandonar o país.

Os motivos pelos quais as autoridades eritreias expulsaram o correspondente da BBC e da Reuters são desconhecidos, mas poderão estar relacionados com uma notícia sobre o 11º aniversário da independência do país publicada a 24 de Maio no diário britânico “The Independent”, na qual se afirmava que “para alguns eritreus, liberdade significa prisão e tortura”.

Outra motivação plausível é uma entrevista recente da BBC em que o jornalista disse que “de acordo com grupos de direitos humanos, os eritreus que são repatriados à força enfrentam detenção e tortura”.

Há três anos, a imprensa privada foi proibida na Eritreia e diversos jornalistas foram presos, sendo que 17 continuam encarcerados.

Além disso, o governo já por várias vezes acusou os jornalistas de serem espiões estrangeiros, usando o argumento da “segurança nacional” para os prender.

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