Uma equipa de reportagem do jornal brasileiro O Dia composta por uma repórter, um fotógrafo e um motorista foi sequestrada e torturada por uma milícia que domina a Favela do Batan, em Realengo, na zona Oeste do Rio de Janeiro.
O crime ocorreu a 14 de Maio mas só duas semanas depois, a 31, se soube que os três profissionais do diário estiveram sete horas cativos, sofrendo agressões e ameaças de morte por parte de elementos da milícia, composta maioritariamente por polícias que cobram para garantir a segurança dos moradores da favela.
A repórter, o fotógrafo e o motorista encontram-se actualmente a receber tratamento médico e psicológico e o caso só foi tornado público pelo jornal mais de duas semanas depois de ter ocorrido para facilitar a investigação que está a ser levada a cabo pelas autoridades do Rio de Janeiro.
O caso gerou fortes reacções do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro e da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), bem como tomadas de posição internacionais do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) e da Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
As duas organizações brasileiras exigiram mais acção por parte do Estado para garantir a segurança dos jornalistas e de suas famílias, mas não esqueceu a responsabilidade das empresas na protecção da saúde e vida dos seus trabalhadores, tendo sugerido um plano de acção para fazer face ao problema.
O referido plano passa por criar nas redacções a figura das comissões de segurança compostas por representantes sindicais e pessoal de redacção e da empresa , cuja função será avaliar os serviços. Esta é uma sugestão que existe há vários anos mas que tem sido sempre recusada pelos patrões.