Enviado da ONU sugere suspensão de notícias na Somália

O Enviado Especial das Nações Unidas à Somália, Ahmed Ould Abdallh, sugeriu a existência de “um mês de tréguas” nas notícias sobre a Somália, para que redes noticiosas estrangeiras possam garantir a veracidade da informação que sai do país.

Ahmed Ould Abdallh teme que a imprensa da Somália seja manipulada pelas forças políticas em conflito no país, conduzindo a um desfecho similar ao de 1994 no Ruanda, em que os média foram usados para difundir mensagens de ódio interétnico, conduzindo à prática de genocídio.

Apesar de reconhecer as boas intenções do responsável da ONU, o secretário-geral da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), Aidan White, considera a medida “mal pensada e contraproducente”, pois “limitar a circulação de informação a partir do país só irá jogar a favor dos inimigos da liberdade de imprensa” e “nada fará para aliviar o sofrimento” dos jornalistas no terreno.

“É verdade que os criminosos somalis têm vindo a raptar jornalistas estrangeiros e a aterrorizar os locais, mas um blackout noticioso dar-lhes-á a cobertura perfeita e fechará a única janela para o mundo àqueles que tentam contar a crise na Somália e as necessidades humanitárias do povo somali”, sublinhou Aidan White, apelando às autoridades locais e internacionais para que defendam o direito dos jornalistas a trabalhar livres de intimidação.

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