Encontro internacional de jornalismo em Cuba

O Instituto Internacional de Jornalismo José Martí e a União de Jornalistas de Cuba promovem, de 1 a 3 de Dezembro de 2004, em Havana, um Encontro Internacional subordinado ao tema “A notícia falsificada: mito e realidade da manipulação”.

De acordo com os promotores do evento, o objectivo é promover a reflexão “à volta de fenómenos que hoje gravitam sobre os processos de construção da realidade pelos meios de comunicação à escala global”.

Para as duas organizações cubanas, o desenvolvimento vertiginoso das novas tecnologias e a sua aplicação nos sectores da comunicação e da informação, os acelerados processos de megafusões com a consequente tendência para uma maior concentração de capitais nesta área, e as intenções hegemónicas resultantes da unipolaridade no âmbito da política internacional, são “factores chaves que incindem hoje sobre a visão que se quer dar do mundo e da humanidade”.

O resultado desta realidade, consideram os organizadores do encontro, é a “tentativa de estabelecer, contra toda a ética, um modelo único de cultura e informação que pretende suplantar a multiculturalidade e o livre fluxo informativo e o acesso à verdade como direitos do mais elementar exercício democrático”.

Dada a transcendência do tema e a necessidade de estudar e de continuar a procurar vias alternativas, as referidas organizações convidam os jornalistas, académicos, investigadores, professores, escritores e demais estudiosos do tema a participar no encontro que, garantem, “propiciará um campo de reflexão e debate sincero e aberto”.

Os temas propostos para debate são:

Jornalistas na encruzilhada: informar ou desinformar. O difícil caminho das rotinas produtivas. O poder das fontes de informação. A decisão editorial, ‘quem tem influência?’. O que pensa e faz o repórter.

Produto comunicativo livre de pecado? A receita: vender-informar. A mensagem, entre a banalidade e a verdade como facto noticioso. Publicidade e estereótipos para consumir notícias. Novos significados: as palavras e as imagens que alteram a realidade global. Opinião pública à medida.

As megafusões mediáticas. Liberdade de expressão e concentração de capitais multimediáticos. Até onde vai a desregularização. As novas censuras.

Quarto poder? A guerra mediática, parte ou superação da guerra psicológica. O golpe mediático-militar.

Todos os caminhos para a alternativa. O grande desafio: o dever de informar com todos os meios disponíveis e chegar a todos. Um mundo melhor é possível se a informação também o for. Vencer o fantasma das novas tecnologias: com elas e sem elas.

As intervenções deverão ser apresentadas em suporto digital, ter no máximo três mil palavras e serem acompanhadas de um resumo até 300 palavras. Deverão ainda incluir (no título) o tema abordado, o nome do autor e um breve currículo. O comité científico responsável pelo encontro receberá as intervenções até 15 de Novembro de 2004.

Quem desejar apresentar uma mostra fotográfica, gravação radiofónica, cinema, vídeo, sítio da Internet como parte da sua exposição ou para exibir fora das conferências, deverá informar o comité organizador.

O programa do encontro inclui, para além das discussões em plenário e das conferências, visitas a locais de interesse cultural, histórico e turístico. O preço da inscrição é de 150 dólares.

Os interessados em participar no evento podem obter mais informações através do correio electrónico eventos@prensaip.co.cu

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