Editor indonésio detido por publicar cartoons de Maomé

Teguh Santosa, editor-chefe do “Rakyat Merdeka Online”, foi detido a 19 de Julho em Jakarta por alegada ofensa religiosa devido à publicação dos polémicos cartoons de Maomé, o que motivou protestos de diversas organizações locais e internacionais de jornalistas.

Os desenhos – originalmente divulgados pelo jornal dinamarquês “Jyllands Posten” – foram publicados no “Rakyat Merdeka Online” a 2 de Fevereiro de 2006, mas face à onda de protestos de grupos muçulmanos foram retirados do sítio no dia seguinte, com um pedido de desculpas públicas a todos os ofendidos.

O grupo Defensores da Frente Islâmica apresentou no entanto uma queixa à polícia, alegando que os desenhos feriam a sensibilidade muçulmana. Admite-se que é com base nesse processo que as autoridades acusam agora Teguh Santosa de “violar os artigos 156 e 156a do Código Penal Indonésio”, onde se prevê até cinco anos de prisão para quem expressar sentimentos de hostilidade, ódio ou desrespeito contra grupos étnicos ou religiosos.

A organização local Aliança de Jornalistas Independentes (AJI), a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) e a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) já exigiram a libertação imediata de Teguh Santosa, o segundo jornalista indonésio a sofrer consequências por ter reproduzido os desenhos (David da Silva, editor da revista cristã “Gloria”, foi despedido logo em Fevereiro).

Segundo estas organizações, por muito sensível que seja o assunto, prender jornalistas não é solução, sobretudo quando o único objectivo de Santosa era fornecer aos leitores o necessário background para compreenderem a controvérsia causada pelos cartoons.

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