As autoridades argelinas proibiram a distribuição da edição de Março da “Afrique Magazine”, que contém um artigo sobre as pessoas que desapareceram na Argélia durante a década de 90 do século passado.

A proibição foi comunicada por telefone à ADP, distribuidora da revista em Argel, sem que qualquer justificação fosse avançada, noticiou a Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Segundo a RSF, desde que Abdelaziz Bouteflika se tornou presidente, esta foi a primeira vez que a “Afrique Magazine” foi proibida, mas a censura de órgãos estrangeiros não é novidade na Argélia, como atestam as proibições em 2004 à Al-Jazeera e aos jornais “France Soir”, “Le Figaro”, “Le Monde Diplomatique” e “Jeune Afrique – L’intelligent”.

A organização teme que este seja o primeiro de uma nova série de ataques contra a imprensa estrangeira, na esteira da perseguição que tem sido movida aos órgãos argelinos.

A nível interno, o caso mais recente ocorreu a 8 de Março, quando um tribunal condenou o “Soir d’Algérie” por difamação, impondo uma multa de um milhão de dinares (10 500 euros) ao jornal e uma pena suspensa de dois meses de prisão ao seu editor, Fouad Boughanem.