DOMINIQUE WOLTON FALA SOBRE SERVIÇO PÚBLICO EM LISBOA

O sociólogo Dominique Wolton estará em Lisboa, na quinta-feira, 11 (Institut Franco-Portugais, 17 e 30) para uma conferência integrada no ciclo «Falar Televisão», na qual abordará a questão do serviço público de televisão.

«Reflexões sobre o Serviço Público» é o tema que o investigador francês abordará na terceira sessão do ciclo «Falar Televisão», que vem decorrendo no Institut Franco-Portugais e é organizado por José Carlos Abrantes. Trata-se de uma iniciativa do Centro de Investigação Media e Jornalismo, com o apoio da Embaixada de França e do Institut Franco-Portugais

O deputado socialista e ex-ministro da Cultura, Manuel Maria Carrilho e o director do «Diário de Notícias», Mário Bettencourt Resendes, comentarão a intervenção do investigador do CNRS, estando a moderação a cargo do organizador do ciclo. A entrada é livre e um serviço de tradução simultânea estará à disposição da assistência.

Domique Wolton esteve em Coimbra, na terça-feira, 9, onde abordou o mesmo tema numa sessão que decorreu na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e foi organizada em colaboração com o Instituto de Estudos Jornalísticos.

Autor de obras incontornáveis como «Pensar a Comunicação» ou «Internet, et aprés? Une théorie critique des nouveaux médias», o director do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) vem há muito desenvolvendo um trabalho de reflexão sobre os média e a influência destes na sociedade e no espaço público.

Crítico das novas tecnologias e da Internet, Wolton tem defendido o modelo do serviço público generalista. É esse o tema que estará no centro desta sua visita a Portugal, que surge num momento particularmente oportuno, dada a presente discussão em torno do futuro da RTP e a proposta de privatização de um dos seus canais, que está inserida no programa eleitoral do PSD.

Em «O Elogio do Grande Público» (1990) Dominique Wolton manifesta a sua preferência pela televisão generalista dada a ligação social alargada que esta permite, bem com a formação do grande público que esta gera. A sua reflexão passa por alguns tópicos fundamentais. Continuará hoje a ser exequível a existência de televisões generalistas no serviço público de televisão? Se sim, com que características?

Devem as televisões financiadas pelos contribuintes acompanhar o movimento de fragmentação dos públicos que as televisões temáticas introduziram?

Como programar as televisões generalistas públicas: a partir de um mínimo de audiência ou a partir da satisfação dos interesses dos diferentes públicos que pagam os serviços?

O ciclo de conferências «Falar Televisão» prossegue a 8 de Maio, também no Institut Franco-Portugais, com um debate sobre a crítica de televisão e as audiências, com a participação de Luís Queirós, Eduardo Cintra Torres (Público) e Miguel Gaspar (O Independente) e moderação de Rogério Santos.

A 22 de Maio. Serge Tisseron falará sobre «A apropriação das imagens: dos traumatismos ao prazer». A 11 de Junho, Daniel Schneiderman trará ao Franco-Portugais a experiência do célebre programa de televisão francês «Arrêt sur l’Image», numa sessão intitulada «A Televisão Vista Pela Televisão».

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