Na maior prisão do Médio Oriente as boas notícias nunca surgem sem ser acompanhadas de más notícias, lamenta a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), referindo-se à libertação de dois jornalistas no Irão que foi seguida da prisão de outros dois e da suspensão
Mesmo em relação às boas notícias a libertação de Abolfazl Abedini Nasr, do semanário Bahar Khozestan, e de Said Matinpour, do semanário Yarpagh, a 18 e 26 de Fevereiro, respectivamente , a RSF criticou o facto de as fianças serem demasiado elevadas: 500 milhões de toumen (cerca de 500 mil euros) em cada um dos casos, o que provocou problemas financeiros nas famílias de ambos.
Recorda-se que Nasr foi encarcerado desde 14 de Novembro por incitar trabalhadores à rebelião e por relações com média estrangeiros, na sequência da cobertura de uma manifestação laboral, enquanto Matinpour foi detido a 28 de Maio de 2007 sob a vaga acusação de actividades contra a segurança nacional.
A mesma acusação motivou a condenação, a 1 de Março, de Bahaman Ahamadi Amoee, jornalista do diário Sarmayeh, ordenada por um tribunal de Teerão que, no mesmo dia, sentenciou in absentia Parnaz Azima, repórter da Radio Free Europe/Radio Liberty acusada de propaganda contra o regime e publicidade contra os interesses da República Islâmica.
A juntar a estes casos, a Comissão de Vigilância e Autorização da Imprensa suspendeu a publicação mensal Asar Panjshanbeh, por esta publicar artigos insultuosos das religiões e do véu islâmico e por atacar os valores islâmicos.