Dois jornalistas holandeses detidos por defender sigilo profissional

Um juiz de Haia mandou deter a 27 de Novembro os repórteres holandeses Bart Mos e Joost de Haas, do “de Telegraaf”, por estes se recusarem a revelar os nomes das suas fontes ao tribunal, num caso contra um agente que é suspeito de ter passado dossiers secretos dos serviços de inteligência holandeses a criminosos.

Os dois jornalistas abordaram as referidas fugas de informação num artigo publicado em Janeiro deste ano no “de Telegraaf”, motivo pelo qual foram chamados a tribunal como testemunhas no âmbito deste processo.

Hoje, 29 de Novembro, o juiz irá decidir se os jornalistas continuam detidos por mais doze dias ou se – como pretendem a Associação Holandesa de Jornalistas (NVJ), a Sociedade Holandesa de Editores-Chefes (GvH), a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) – os jornalistas saem em liberdade.

Considerando a tentativa de quebrar o sigilo das fontes jornalísticas como uma grave ameaça ao jornalismo independente e à liberdade de imprensa, o secretário-geral da FIJ, Aidan White, afirmou: “A protecção das fontes é uma obrigação dos jornalistas de investigação e a chave para que as fontes revelem informações importantes. O governo não deve forçar os jornalistas a actuar como braços da lei. Se o fizer, os jornalistas perdem toda a credibilidade”.

Já Thomas Bruning, secretário-geral da NVJ, diz que “revelar as fontes só é aceitável quando há um perigo claro e presente para a vida das pessoas”, acrescentando que “não cabe aos jornalistas fazer qualquer prova (a culpa) neste caso”, dado que essa é a função do procurador-geral.

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