Dois jornalistas assassinados na Rússia

No espaço de 24 horas dois jornalistas russos que fizeram a cobertura da conturbada zona do Cáucaso Norte foram mortos, sendo os motivos para ambos os crimes ainda pouco claros.

O primeiro dos assassinatos ocorreu a 21 de Março em Moscovo, quando bombeiros chamados a um prédio de Moscovo para combater um incêndio descobriram o corpo de Ilyas Shurpayev, repórter de 32 anos do Perviy Kanal, apunhalado e estrangulado no seu apartamento.

As autoridades já colocaram de parte a hipótese de roubo – uma vez que bens valiosos do jornalista não foram levados do local – e suspeitam que a vítima conhecia os assassinos, dado que às duas da madrugada Shurpayev pediu à pessoa responsável pela portaria do prédio que permitisse a entrada de dois homens que o tinham ido visitar.

Antigo correspondente do Perviy Kanal e da NTV no Cáucaso Norte, Ilyas Shurpayev era natural do Daguestão e tinha-se mudado para Moscovo em Fevereiro, continuando a colaborar com a imprensa da sua região natal.

Horas antes de morrer, o jornalista publicou no seu blogue um artigo com o título “Agora sou um dissidente!”, onde revelava que os proprietários do “Nastoyashee Vremya” tinham proibido uma coluna sua sobre viagens e instruído a redacção para não mencionar o nome do jornalista naquela publicação do Daguestão.

O outro assassinato ocorrido no mesmo dia teve lugar pelas 20 horas em Makhachkala, capital do Daguestão, onde um homem armado atingiu mortalmente o jornalista de 58 anos Gadzhi Abashilov, director da emissora estatal Dagestan.

As autoridades russas estão já a investigar ambos os casos, tendo o novo presidente russo Dmitry Medveded sido instado por organizações como o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) e a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) a não deixar que estes dois casos fiquem impunes, como ficaram mais de uma dúzia de mortes de profissionais da comunicação social durante a era Putin.

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