Donat M’baya Tshimanga, presidente da Journaliste en Danger (JED), e Tshivis Tshivuadi, director-geral da mesma organização para a liberdade de imprensa sediada em Kinshasa, receberam a 4 de Abril um e-mail com ameaças de morte, extensivas aos seus
De acordo com fontes locais citadas pelo Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), as ameaças tiveram lugar um dia após Tshivis Tshivuadi ter concedido uma entrevista à Radio France Internationale (RFI), em que afirmou que os políticos da República Democrática do Congo estão a tentar controlar a radiodifusão durante os preparativos para as eleições legislativas, agendadas para Junho.
No e-mail recebido pelo director-geral da JED lê-se o seguinte: Uma vez que você e o seu amigo M’baya continuam a trair a nação com as vossas campanhas falsas… gostávamos de informá-lo de que o momento do arrependimento está próximo. A mensagem também ameaça a família dos jornalistas, acusadas de terem causado grande mal à nação.
Vamos ver como é que a RFI, os americanos e o vosso amigo Menard [numa referência a Robert Menard, secretário-geral da Repórteres Sem Fronteiras] vos vão salvar, prossegue o texto do e-mail, assinado por um comandante Mbonge Munene, nome traduzível por Vento Violento.
Donat M’baya Tshimanga e Tshivis Tshivuadi acreditam que esta ameaça faz parte de um plano de intimidação contra a organização, que já em 2004 foi atacada num programa da estação pública RTNC e pelo jornal privado Le Grognon. Este periódico criticou a JED por tentar pôr fim à perseguição que vitimava 11 jornalistas que tinham entrevistado autoridades ruandesas acerca do conflito armado na República Democrática do Congo.
O CPJ manifestou a sua preocupação face à mensagem recebida por Donat M’baya Tshimanga e Tshivis Tshivuadi e apelou às autoridades congolesas para que investiguem as ameaças, de modo a que a JED possa prosseguir com o seu trabalho em prol de uma imprensa livre, fundamental num período pré-eleitoral.